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Histórico do Regimento Mallet

  • Publicado: Terça, 27 de Março de 2018, 13h03
  • Última atualização em Terça, 27 de Março de 2018, 13h03
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O 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado - “Regimento Mallet”, decano das Unidades de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro, foi criado em 04 de maio de 1831, com a denominação de Corpo de Artilharia a Cavalo. Instalou-se, inicialmente, em Rio Pardo, na então Província do Rio Grande de São Pedro.

No período de 1835 a 1845, durante a Revolução Farroupilha, foi empregado inicialmente ao lado dos Farroupilhas, situação na qual o seu Comandante, o Cel José Mariano de Matos, que comandou a Unidade de 1831 a 1835, seu primeiro comandante portanto, idealizou e desenhou o símbolo das armas do Rio Grande do Sul, ainda hoje ostentado na bandeira do Estado com pequenas modificações. Posteriormente, a Unidade lutou ao lado do Exército Imperial, defendendo as cidades de Porto Alegre, Rio Grande e São José do Norte.

Em 1847, a Unidade foi transferida para São Gabriel e, em 1851, recebeu nova denominação, passando a chamar-se 1º Regimento de Artilharia a Cavalo (1º RACav), nome histórico que consagraria a Unidade. Nesse mesmo ano, sob o comando do então Tenente-Coronel Mallet, lançou-se na Campanha contra Oribe e Rosas, onde adquiriu o legendário apelido de “Boi de Botas”, em face dos condutores dos canhões utilizarem, àquela época, compridas e pesadas perneiras de couro com guarnições metálicas presas às pernas com atadores de sola que lhes faziam o passo vagaroso lembrar os dos bois das peças, que substituíam os cavalos na região pantanosa de banhados e arroios transbordados dos rios Negro e Yí, na fria campanha uruguaia. Há que se destacar nesse sentido, ainda, a lenda de que os bois, enterrados na lama até a altura dos joelhos, pareciam estar usando botas, decorrendo daí o nome “Boi de Botas”.

No início de 1852, sob o comando do Major Joaquim José Gonçalves Fontes, incorporou-se à 1ª Divisão Brasileira que, aliada às tropas de Urquiza, venceram Rosas em Monte Caseros.

Em 1864, participou da Campanha contra Aguirre, durante a qual recebeu os primeiros canhões do sistema La Hitte. Dentre as diversas batalhas de que participou, destacou-se a de Paysandu, na qual o Regimento se reuniu a três Baterias da Marinha.

Em 1865, o 1º RACav marchou contra Solano Lopez, na Guerra da Tríplice Aliança. Participou de quase todos os combates, do cerco de Uruguaiana à Campanha das Cordilheiras. Entre todas as batalhas uma teve significado especial, a ocorrida nos campos de Tuyuty no dia 24 de maio de 1866 e que levou a Unidade para o eterno reconhecimento do Exército. A Batalha de Tuyuty foi a consagração heróica do 1º RACav, quando mais de 20 cargas da cavalaria paraguaia investiram contra a “artilharia-revólver” de Mallet e pararam no fosso construído por seus artilheiros. Nessa Batalha, Mallet proferiu as célebres frases, sucessivamente: “Eles que venham,...Granada e metralha, espoletas a seis segundos!... Por aqui eles não passam!...

Após a grande campanha, retornou à cidade de São Gabriel. Perdeu seu lendário nome em 1888, passando a chamar-se 1º Regimento de Artilharia de Campanha. Em 1908, recebeu nova denominação, 4º Regimento de Artilharia Montada. Em 1919, passou a chamar-se 5º Regimento de Artilharia Montada (5º RAM) e, em 1925, mudou de sede, instalando-se definitivamente em Santa Maria, no seu atual aquartelamento. Participou de forma eficaz, ao lado das forças legalistas, nos movimentos revolucionários ocorridos em 1924 e em 1930, organizando baterias expedicionárias.

O 5º RAM, por meio do Decreto nº 21.196, de 23 de março de 1932, recebeu a denominação histórica de “Regimento Mallet” e a concessão do respectivo Estandarte Histórico, tornando-se a primeira Unidade do Exército a possuir tal distinção e que hoje possui quatorze condecorações. No Estandarte Histórico da Unidade estão inscritas as principais batalhas onde o seu antigo Comandante atuou: Monte Caseros, Paysandú, Uruguaiana, Confluência, Tuyuty, Curuzú, Curupaity e Lomas Valentinas, fundindo definitivamente a história do Velho Regimento a do seu eterno Comandante, o então Tenente Coronel Emílio Luiz Mallet.

Também em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, o 5º RAM deslocou-se para São Paulo, onde participou de todas as ações até a derrocada dos revoltosos em Capão Bonito.

Em outubro de 1943, cinquenta e quatro “Bois de Botas” partiram para o Rio de Janeiro, então Capital Federal, para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que seguiu posteriormente para o Teatro de Operações da Europa durante a 2ª Guerra Mundial, confirmando a tradição da Unidade de estar sempre presente quando do chamado da Nação. Em consequência da 2ª Guerra Mundial e das transformações por que passou o Exército, foi criado o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) na Unidade em 1944, passando a ser, também, uma Organização Militar com incumbências de ensino.

Em 1950, passou a chamar-se 3º Regimento de Artilharia 75 mm Auto Rebocado - “Regimento Mallet”.

Em 14 de agosto de 1951, com o Aviso Ministerial nº 158, ao considerar-se que nenhuma outra Unidade teria maior direito a ostentar o Brasão da família Mallet ("em campo de goles, três fivelas de ouro em roquete"), com a substituição do elmo pela bomba em chamas da Arma de Artilharia e o paquife reestilizado, foi concedido o Brasão ao Regimento Mallet.

Em 1961, com a alocação de material mais moderno, recebeu a denominação de 3º Regimento de Obuses 105 mm.

Por ocasião do Movimento Cívico-Militar de 1964, participou das ações desencadeadas em defesa da democracia ao lado da comunidade santamariense.

A partir de 28 de dezembro de 1971, a Unidade teve por nova transformação e passou a chamar-se 3º GAC AP - “Grupo Mallet”, em virtude do recebimento dos obuseiros M108 105 mm Autopropulsados. Em 1982, voltou a sua tradicional denominação de “Regimento Mallet”.

Em agosto de 1995, o Regimento recebeu os restos mortais do Marechal Emílio Luiz Mallet e de sua esposa Joaquina Castorina, inaugurando, naquela ocasião, o Memorial Marechal Mallet, composto do Mausoléu e Museu.

O Ministro de Estado do Exército, Gen Ex GLEUBER VIEIRA, com a Portaria Ministerial nº 316, de 09 de junho de 1999, autorizou o uso do uniforme histórico e a condução do Estandarte Histórico de Batalha por uma bateria de obuses em desfile com a cadência de 80 passos por minuto, o que será visto no desfile ao final desta formatura. Com estas incumbências, passou o Regimento Mallet a ser, definitivamente, o guardião das tradições da Artilharia, além de ser uma unidade operacional blindada.

A comunidade santamariense, em um sentimento de irmandade com o 3º GAC AP, criou a Sociedade Amigos do Boi de Botas (SABB) em 04 de dezembro de 2001, com o objetivo de apoiar o Regimento Mallet e manutenir, preservar e divulgar o Memorial Mallet.

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