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Solenidade Nacional Alusiva ao Patrono da Arma de Artilharia 2023

  • Publicado: Sábado, 03 de Junho de 2023, 18h11
  • Última atualização em Quarta, 21 de Junho de 2023, 12h33
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Santa Maria (RS) – O 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado - Regimento Mallet, realizou na noite do último dia 3 de Junho de 2023, a Solenidade Nacional Alusiva ao Patrono da Arma de Artilharia (SNAPAART) em comemoração ao 222º aniversário do Patrono da Artilharia, o insigne Marechal Emílio Luiz Mallet, “Barão de Itapevi”.

O evento, dentre outras coisas, objetivou a cultuar os valores históricos e culturais legados pelos heróis da nossa história, ao mesmo tempo em que enalteceu a Artilharia Brasileira do passado, do presente e do futuro, congregando artilheiros da ativa, da reserva, futuros artilheiros e demais militares.

A comemoração trouxe ao público uma recriação histórica da vida do Marechal Mallet e da Batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da América Latina e de fundamental importância para os propósitos dos Países aliados durante a Guerra da Tríplice Aliança.

O início da apresentação contou com um desfile da Bateria Histórica representando o Regimento de Artilharia a Cavalo (1º RACav) de 1851 que, sob o Comando do então Capitão Mallet, com uniformes e armamentos históricos, deslocou-se a passo lento, em sua cadência de 80 passos por minuto, única tropa do Exército Brasileiro autorizada por Portaria a desfilar nesta cadência, representando o caminhar com dificuldade e com lama até o joelho, ficando com passo tardo, semelhante aos bois que tracionavam as peças de artilharia. Por este fato, os integrantes do 1º RACav ficaram conhecidos como “os bois de botas”.

A reconstituição da Batalha de Tuiuti mostrou fatos históricos ocorridos em maio de 1866, quando o Tenente-Coronel Mallet, demonstrando sua grande visão de líder e conhecedor da arte da guerra, escolheu uma posição da artilharia em local de descortino da zona de ação, determinando que, durante a noite, fosse aberto em toda frente, um largo e profundo fosso e que as terras que resultassem da escavação deveriam ser espalhadas de modo a não formarem parapeito que desse a perceber ao inimigo que estavam fortificados. Ao final da ordem dada a seus Capitães, finalizou dizendo a célebre frase: “e eles que venham!!!”.

Ao amanhecer do dia 24 de maio de 1866, prenúncio de um dia histórico, árduo e de grandes embates, o inimigo lança-se impetuoso contra as posições aliadas, e Mallet exclama: “os primeiros são para o fosso, que tanto trabalho nos deu!”. Quando começa a fuga das tropas inimigas, Mallet em tom de quem fala com grande convicção, exclama: “por aqui não entram!!!”. Sua Artilharia foi tão ágil e precisa que ficou conhecida como "artilharia a revólver" e seus feitos como comandante e líder o consagraram como um dos Oficiais do Exército Brasileiro que prestaram os mais assinalados serviços na Campanha da Tríplice Aliança.

Um dos destaques da solenidade ocorreu quando, todos os presentes foram convidados a participar de uma das mais caras tradições da Arma da Artilharia: “o brinde do copo d`água”. Mallet o realizava com o objetivo de unir sua tropa e sempre que possuía visitantes ilustres, pois a água, durante a Guerra do Paraguai, era de difícil obtenção em virtude dos campos pantanosos e do cólera que assolava os militares, contaminava o solo e fontes d`água. Para tentar resolver o problema, o Exército Imperial importava água do Brasil, utilizando charretes e carroças que eram tracionadas por bois e cavalos.

No prosseguimento, a espada de gala que outrora pertenceu ao Patrono da Artilharia e que agora integra o acervo histórico do “Memorial Marechal Mallet” foi conduzida pelo Tenente Pedro Henrique Teixeira Mallet, descendente de 7ª geração do Marechal Mallet, e depositada junto ao Mausoléu, que desde 1995 abriga os restos mortais do Marechal Mallet e sua esposa Joaquina Castorina de Medeiros Mallet. O Comandante do Exército General, Tomás, juntamente com o artilheiro da ativa mais antigo, General Theophilo, e descendentes do Marechal, depositaram uma corbélia de flores junto à “Cripta Mortuária” do Marechal Emílio Luiz Mallet.

Representando a Artilharia de ontem, de hoje e de amanhã, os Artilheiros da ativa e da reserva, os alunos do Curso de Artilharia do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre e os alunos do Grêmio da Artilharia dos Colégios Militares de Santa Maria e de Porto Alegre desfilaram em homenagem ao Patrono da Artilharia.

Digo-te então: erraste a vocação!!! Para trás, inditoso companheiro!!! Não poderás nunca ser um ARTILHEIRO!” são os versos finais do poema “Se”, tradicional poema da Artilharia Brasileira, conduzido pelo Tenente Mallet, entoado por todos os Artilheiros presentes, antecedendo o encerramento da cerimônia, que ocorreu com o canto da Canção da Artilharia.

 

 

 

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