Lenda do Boi de Botas
"A Lenda do "Boi de Botas"
Na campanha de 1851/52, na guerra contra Oribe e Rosas, em território uruguaio o nosso Exército marchava, na pior estação do ano, com frio e com chuva, sem estradas, atravessando, constantemente, banhados e arroios transbordados.
A travessia dos rios Yi e Negro e de seus afluentes foi realizada sob temperatura inclemente, que atingiu 5 graus abaixo de zero, além do vento e da chuva que, durante dois dias, impediram qualquer movimento. Não havia pontes e, para toda a divisão, só existiam quatro canoas, dois batelões, quatro balsas e alguns botes.
Tinha o rio Yi 48 braças de largura e o Negro 66, não havia vegetação em suas margens, por ser o terreno de banhados e prados, então tomados pela geada. Através deles se arrastavam, penosamente, as carretas da subsistência e as 19 bocas-de-fogo do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, as quais só os bois conseguiam puxar.
Os nossos condutores usavam, nesse tempo, compridas e pesadas perneiras de couro com guarnições metálicas, presas às pernas por atadores de sola, que lhes faziam o passo tardo e lembravam os bois das peças. Daí generalizar-se aos artilheiros do 1º a Cavalo, o apelido de “Boi-de-Botas”, dado aos seus condutores, e que se estende, até hoje, aos integrantes do Regimento Mallet, o 3º GAC AP.
(J. V. Portella Ferreira Alves – MALLET - O Patrono da Artilharia)
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